terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Fenômenos El Niño e La Niña

Fenômenos La Niña e El Niño


La Niña é o fenômeno oposto ao El Niño: enquanto que este é devido ao aumento da temperatura do oceano Pacífico, a La Nina ocorre devido à diminuição da temperatura ocasionada pelo aumento da força dos ventos alísios.
Explicando melhor: ao aumentar a intensidade dos ventos alísios, o fenômeno de ressurgência (afloramento das águas profundas do oceano – mais frias e com mais nutrientes) das águas do Pacífico tende a se intensificar e ocorre a diminuição da temperatura da superfície oceânica.
Além disso, a corrente atmosférica tende a “empurrar” as águas mais quentes com maior força, fazendo com que ela se acumule mais a oeste do que ocorreria normalmente.
Ao contrário do que seria de se esperar pela afirmativa de La Niña ser o contrário do El Niño, os efeitos causados nas correntes atmosféricas são praticamente os mesmos: a maior concentração de águas quentes a oeste do Pacífico gera uma área onde a evaporação também é maior. Intensificando o processo da célula de circulação de Walker (o ar quente sobe na região de águas mais quentes, ao mesmo tempo em que o ar mais frio desce na região oposta, gerando um ciclo).
A diferença principal, além da variação de temperatura, é que no fenômeno do El Niño a variação média costuma chegar facilmente a 4ºC ou 5ºC enquanto que na ocorrência do fenômeno La Nina a variação de temperatura mal chega aos 4ºC.
A La Niña costuma ocorrer em períodos alternados com o El Niño, em intervalos que variam de 3 a 7 anos e pode durar de dois a sete anos. Mas, na maioria das vezes foi registrada uma duração média de nove a doze meses.
Outra diferença é que nas últimas décadas o fenômeno do El Niño vem se intensificando enquanto que a La Niña vem ocorrendo com menos freqüência. O ultimo registro da La Niña foi em 1998/1999.
Seus efeitos sobre o Brasil divergem daqueles causados pelo El Niño: na região norte ocorre chuvas mais abundantes e aumento da vazão dos rios. O mesmo ocorre no nordeste, enquanto que na região sul ocorrem secas prolongadas; nas regiões centro-oeste e sudeste os efeitos são pouco previsíveis podendo variar de ocorrência para ocorrência.
Na Colômbia costumam ocorrer chuvas abundantes e enchentes. No oeste do Chile e da Argentina ocorre diminuição da precipitação de outubro a dezembro, e no Uruguai e no Peru ocorrem secas intensas.
Embora os efeitos mais intensos sejam nas regiões próximas à Linha do Equador e regiões subtropicais, os efeitos da La Niña (e do El Niño) podem ser percebidos em diversas partes do mundo.

ATUALIDADE


FENÔMENO EL NIÑO SE CONSOLIDA NO OCEANO PACÍFICO EQUATORIAL

No decorrer do mês de junho, as águas superficiais permaneceram mais aquecidas em praticamente toda a extensão do Oceano Pacífico Equatorial, onde ocorreram anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) de até 4°C próximo à costa oeste da América do Sul. Na região do Niño 4 (próximo à costa da Indonésia), as anomalias positivas de TSM variaram entre 0,5 °C e 3°C. Já na porção central, as anomalias positivas de TSM ficaram em torno de 2°C. Comparando-se as anomalias de TSM observadas no mês de junho com as anomalias de TSM observadas no mês de maio, destacou-se o aumento da anomalia da TSM entre 0,5°C e 1,5°C na região do Niño3. 

Essa condição de águas mais aquecidas em toda a extensão do Pacífico Equatorial persistiu durante o mês de julho (até o dia 25) inclusive com intensificação das anomalias positivas de TSM próximo na região do Niño 3 que atingiram valores de 3 a 4 °C. 

As anomalias positivas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), em conjunto com os índices atmosférico (IOS) e oceânico (ONI) e com o relaxamento dos ventos em baixos e altos níveis no decorrer de junho e de julho, indicam o pleno estabelecimento do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) no Pacífico Equatorial. 

Os modelos de previsão climática sazonal indicam a atuação do fenômeno El Niño pelo menos até o final do verão de 2015/2016. Assim, no trimestre ASO/2015, espera-se um comportamento de precipitação típico para este tipo de evento, com chuvas abaixo da normal no setor norte da Região Norte e acima da normal no extremo oeste da Região Norte e na maior parte da Região Sul do Brasil. 
Fonte:CPTEC

Nenhum comentário:

Postar um comentário