O
Espaço Agrário Brasileiro
Concentração
fundiária no Brasil:
Uma das principais
características da agricultura brasileira é o fato de a propriedade da terra
ser altamente concentrada. Nas primeiras décadas de colonização, a partir de
1530, a coroa portuguesa incentivou a vida de exploradores para a colônia. A
fim de compensá-los pelas dificuldades que iriam enfrentar, a Coroa criou as
capitanias hereditárias. Por esse sistema, concedia terras e vantagens a quem
se dispusesse a investir dinheiro e pessoal no estabelecimento de núcleos fixos
de povoamento.
A
lei das Terras em 1850:
Até a segunda metade do
século XIX o poder agrário no Brasil esteve associado à posse do trabalhador
escravizado. A terra era concedida àqueles que podiam explorá-la em larga escala,
portanto eram os grandes proprietários de escravizados que recebiam tais
concessões. Com a proximidade da abolição da escravatura, já em meados do
século XIX, a classe dominante do país criou um mecanismo que impediu a livre
posse da terra e manteve o poder nas mãos daqueles que já eram grandes
fazendeiros. Sancionadas duas semanas após a proibição do tráfico de escravos,
a Lei das Terras de 1850 proibia a aquisição de terras por qualquer outro meio
que não fosse a compra.
O
latifúndio: ontem e hoje
A formação
socioespacial brasileira ligada ao poder agrário é marcante na vida cultural do
país. Mesmo após a independência e a proclamação da república, os proprietários
de terra muitas vezes exercem um poder paralelo ao poder do Estado.
A posse da terra no
Brasil ainda é muito concentrada. Mais de 47% dos estabelecimentos rurais tem
dimensão menos que 100 ha e ocupam menos de 18 % da área total de agropecuária.
Ao mesmo tempo, os estabelecimentos com mais de 1000 ha (menos de 0,5 % do
total) ocupam uma área de mais de 35% do total.
A dimensão nos
estabelecimentos também é desigual no território brasileiro. Nas regiões norte,
centro-oeste e em parte do sudeste é muito comum a presença de grandes
propriedades patronais, onde há um predomínio do trabalho assalariado. Já nas
regiões sul e nordeste, há maior número de pequenas propriedades que se
utilizam do trabalho familiar.
A
expansão da fronteira agrícola:
No século XIX e início
do século XX, as plantações de café que ocupam inicialmente terras localizadas
do Rio de Janeiro, foram se espalhando por Minas Gerais e avançando pelo
interior de São Paulo. O movimento de expansão da fronteira agrícola, ao mesmo
tempo que garantia a ocupação econômica e contribuía para a fundação de cidades
e povoados, foi responsável pela retirada de vegetação nativa e por outros
problemas ambientais, como o esgotamento dos solos e erosão.
A partir da década de
1970, com a implantação de tecnologia no campo, o movimento da fronteira
agrícola passo para os estados do centro-oeste, com predominância da plantação
de soja. Nas últimas décadas, a expansão da fronteira agrícola tem ocupado
terras na floresta Amazônica, principalmente com a soja, a pecuária e a
extração de madeira.
Características
do mundo rural brasileiro:
O agronegócio brasileiro
vem se mostrando um dos mais desenvolvidos e competitivos do mundo. Como
resposta, os países desenvolvidos têm criado barreiras para proteger seus
mercados dos produtos brasileiros.
A grande concentração
de renda cria uma imensa desigualdade social no campo. Como a consequência, os
pequenos produtores transformam-se em trabalhadores assalariados no campo ou
migram para as cidades em busca de alternativas.
Assim, ao mesmo tempo
que há fazendas-modelo em tecnologia, há fazendas arcaicas e improdutivas, além
de faxinais e comunidades quilombolas, que praticam a agricultura de
subsistência.
A agricultura
brasileira tem se caracterizado pela destruição do ambiente em larga escala.
Mas nesse cenário existem experiências de agricultura sustentável, que buscam o
menos uso de defensivos agrícolas, utilização racional dos recursos hídricos,
preservação de matas e tratamento dos resíduos deixados por animais.
A
reforma agrária e as lutas sociais no campo:
Em linhas gerais,
pode-se considerar a reforma agrária de dois pontos de vista. O primeiro, mais
destrutivo, tem como objetivo o aumento do número de propriedades e
proprietários rurais. O segundo considera a eficiência dos métodos de produção
e o aumento da produtividade.
Além disso, modelos de
distribuição variam desde a coletivização do uso da terra e organização em
cooperativas das leis de mercado, praticamente sem intervenção do Estado. O
jogo das forças entre os defensores de cada proposta forma o contexto das lutas
no campo.
No Brasil, os
movimentos pelo acesso à terra existem desde a promulgação da Lei das Terras,
em 1850. O fim da escravidão e a lei que determinava que a posse da terra só
seria dada a quem pagasse pelo terreno levaram a inúmeros conflitos entre o
governo, os ex-escravizados e os posseiros destituído de suas terras. Exemplos
de resistência e luta camponesa estão presentes em Canudos (1893) e no Contestado
(1908). Por volta de 1945, ligas camponesas que lutavam por uma reforma
agrária ampla começaram a se organizar. A estratégia utilizada foi a ocupação
das terras. Esse movimento durou décadas até ser violentamente reprimido e
extinto após o golpe militar, em 1964.
A redemocratização e as
discussões de nova Constituição, na década de 1980, tornaram possível a
reorganização dos movimentos sociais que lutam pelo acesso à terra. O principal
movimento de luta pela reforma agrária é o Movimento
dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Os conflitos do MST com
oligarquias e latifundiários, que detêm o controle das terras e do poder
político, chegam a resultar em mortes em algumas ocasiões.
Muito bom!
ResponderExcluirQue aula pediram isso?
Excluire quantas folhas pediram para você?
O meu foi 6 folhas para geografia e estou no sexto ano
ExcluirEu sei que você não perguntou mas quis responder rsrsrs
Acho que passei o 7 ano só com esse resumo😄😄
ResponderExcluirkkk neh
ExcluirMuito bom.
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirÓtimo!
ResponderExcluirMuito bom...
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